O etnocentrismo cultural, religioso e acadêmico português, o avanço das tecnologias e o fenômeno da urbanização e da industrialização não garantiram o desaparecimento da prática educacional dos ritos de iniciação masculinos e femininos nas culturas ancestrais moçambicanas. Essa prática não só sobrevive como também se tornará mais significativa. Os ritos de iniciação, com suas provas, suas incisões e seus jejuns, subsistem nas diversas sociedades moçambicanas. Eles continuam a ser observados como costumes, tradições e elementos do patrimônio cultural moçambicano. Embora "civilizados", industrializados, urbanizados, cristianizados, islamizados, escolarizados, os meninos e as meninas vão à "escola" de ritos de iniciação com o objetivo de serem "iniciados nas tradições" ancestrais, pois isso é visto como um processo de educação das novas gerações. A educação dada nos ritos de iniciação constitui um dever sagrado e diz respeito à geração adulta, visando integrar os meninos e meninas no seu meio social e cultural e fazendo com que eles sejam participantes ativos no desenvolvimento da sociedade a que pertencem.
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