A expulsão dos jesuítas do território americano, promulgada em 1767, foi marcada por intensas transformações na gestão política dos espaços que estiveram praticamente 150 anos sob a sua égide exclusiva. Os representantes da Coroa, delegados para cumprir os desígnios régios, foram os responsáveis por elaborar e implementar uma série de propostas de reforma cujo intuito fundamental era trazer os habitantes das missões à vida plenamente "civilizada". Conjuntamente com esse esforço, foi preciso que os agentes da Coroa tornassem as condutas indígenas pensáveis na sua narrativa - pois era essencial que se compreendessem as suas aptidões e capacidades para aceder aos ideais de "progresso" projetados pelas autoridades. O propósito desta investigação, portanto, foi compreender como se deu esse processo, cujo resultado foi a consolidação de uma imagem particular sobre as populações indígenas que ocupavam esses territórios. Partindo dos informes, memoriais, sumárias e demais escritos elaborados pelas autoridades coloniais, buscamos compreender como a construção da figura dos indígenas se alterou em função das necessidades da nova administração, bem como dos procedimentos empregados pelos narradores. O recorte temporal foi estabelecido em função dessa mudança observada no discurso administrativo, que vai desde a elaboração e implementação das Ordenanzas de Francisco de Bucareli, em 1767, até a "liberação" formal de algumas famílias indígenas pelo Vice-Rei Gabriel de Avilés em 1800.
Dieser Download kann aus rechtlichen Gründen nur mit Rechnungsadresse in A, B, BG, CY, CZ, D, DK, EW, E, FIN, F, GR, H, IRL, I, LT, L, LR, M, NL, PL, P, R, S, SLO, SK ausgeliefert werden.