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A estranheza que muitos de nós demonstram hoje diante de um mundo que vive continuamente em conflito, sem que ninguém consiga identificar a real natureza da qual se origina esse problema, apresenta-se nitidamente em algumas das poesias que compõem esse grande Devaneio. Utilizando-se do verso formal, Jader C.I. Barbosa percorre um caminho de questionamentos das razões de ser de muitos dos problemas que afetam o homem e a sociedade atual. Fazendo uso da poética como alegoria para a significação desses conflitos e de um outro, ainda mais profundo, os Devaneios nos conduzem por esses pensamentos…mehr

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Produktbeschreibung
A estranheza que muitos de nós demonstram hoje diante de um mundo que vive continuamente em conflito, sem que ninguém consiga identificar a real natureza da qual se origina esse problema, apresenta-se nitidamente em algumas das poesias que compõem esse grande Devaneio. Utilizando-se do verso formal, Jader C.I. Barbosa percorre um caminho de questionamentos das razões de ser de muitos dos problemas que afetam o homem e a sociedade atual. Fazendo uso da poética como alegoria para a significação desses conflitos e de um outro, ainda mais profundo, os Devaneios nos conduzem por esses pensamentos que, em diversas vezes, buscamos não ter. Dando voz a essas divagações, que muitos de nós, talvez, já tenham internamente vivenciado, o poeta canta uma canção em tom nostálgico que se apresenta revestida de uma atualidade que fala diretamente ao coração e ao ouvido do leitor. A aparente rigidez de seus decassílabos se desfaz e se funde em harmonia, com a desenvoltura da fala cotidiana, levemente rebuscada aqui ou acolá, gerando um agradável padrão sonoro, estranhamente encantatório, que se mantém naturalmente compreensível. Em alguns momentos, sua lira revive o melodioso hendeca de 4 pés, tão primorosamente utilizado por Gonçalves Dias, e Castro Alves, hoje esquecido pela grande maioria dos poetas, sendo encontrado apenas no cantar dos repentistas nordestinos, em seus extasiantes galopes. No único alexandrino, que adorna seus Devaneios, optou pelo tetra anapéstico com sua cadência de marcha, rigorosa e solene, como o fez Manuel Bandeira, ao se reconciliar com o soneto, em seu afamado "Ouro Preto". Nestes Devaneios, uma camada profunda do Ser, em alguns momentos, toma forma e fala-lhe, cantando o invisível sublime e o ordinário concreto, e revela o que, talvez, já saibamos, mas que necessitamos de que o outro nos diga para que possamos finalmente aceitar como real.

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Autorenporträt
Jader C. I. Barbosa é servidor público do Estado do Rio de Janeiro. Nascido e criado do subúrbio, teve seu primeiro contato com a poesia aos nove anos ao ler o poema As duas flores de Castro Alves. Aos onze, teve contanto com Camões, o Poeta Supremo, debruçando-se sobre o soneto Alma minha gentil, no qual questionou como era possível que uma pessoa, em meio a um sofrimento tão profundo, pudesse transformar tal sentimento em algo de tão sublime beleza. Intrigado com a alquímica capacidade humana de transformar esse chumbo interno em um ouro magnifico, entregou-se ao estudo do que chama "versejar". Seus caminhos literários o levaram de Lisboa a Setúbal, conhecendo o genial Elmano Sadino (Bocage). Com toda a profundidade lírica do mestre arcádico, deparou-se com a explosão intensa da alma de um bardo, em um versejar metricamente perfeito. Persistindo na busca por compreender os intrincados meandros que regem a Lira, conheceu Antero de Quental, o gigante realista, encontrando na poesia do mestre açoriano um eco para os questionamentos que lhe inflamavam o Ser e adentrou definitivamente no palácio da ventura. Em terras brasílicas, percorreu, os cantos de Claudio Manoel da Costa, Silva Alvarenga, Alvarenga Peixoto, Álvares de Azevedo, Castro Alves, Olavo Bilac, Vicente de Carvalho, Raimundo Correia, Alberto de Oliveira, Cruz e Sousa, entre diversas outras estrelas do nosso firmamento poético. Devido a sua formação poética clássica (tendo como principais expoentes Camões, Bocage e Antero), enxerga no decassílabo a expressão perfeita do versejar, o verso justo, com o tempo correto de um expirar suave, perfeitamente adequado ao externar das vibrações anímicas mais profundas de um Bardo, não se eximindo, contudo, dos redondilhos e do esquecido, porém melodioso e altivo, hendeca de quatro pés, que adornou os cânticos de Gonçalves Dias e do próprio Castro Alves. Nas formas poéticas, confessa-se completamente apaixonado pelo soneto, enxergando nas rígidas 14 linhas o que há de mais sublime na poesia lírica. Participou de diversas antologias nas quais seus Devaneios foram sendo gradativamente apresentados ao grande público, que reunidos e ampliados compõem essa pequena obra que o leitor agora segura em mãos.