Durante o século XIX, o progresso científico e tecnológico trouxe importantes conquistas no campo das ciências naturais: o nascimento da química moderna, a teoria evolutiva de Darwin, a descoberta por Pasteur e outros do mundo microbiano. Nesse contexto, Engels procura com sua Dialética da natureza oferecer de uma só vez, ao marxismo uma concepção materialista da natureza elaborada, e às ciências um modelo filosófico a partir do qual se guiar. Confrontando tendências anticientíficas em vigor entre os próprios cientistas - materialismo vulgar, metafísica, idealismo, agnosticismo, mecanicismo, espiritualismo -, Engels expõe alguns dos principais conceitos da tradição dialética, articulando-os e aplicando-os com rigor a diversos campos do conhecimento. Deixa-se ver assim não apenas a enorme erudição de seu autor, mas também a profundidade do compromisso do marxismo com o desenvolvimento científico. Entre diversas passagens célebres, cultuadas e criticadas, tem papel de destaque a impressionante elaboração sobre a função do trabalho no processo de hominização, que encerra o livro. Obra póstuma e inacabada, a influência da Dialética da natureza pode ser notada desde sua primeira publicação, seja nos escritos de figuras proeminentes do movimento operário e do marxismo soviético, seja em controvérsias decisivas do chamado marxismo ocidental. Além disso, vem sendo amplamente recuperada pela ecologia marxista contemporânea. Portanto, é incontornável não apenas para quem busca entender a história de formação do marxismo, mas também para quem deseja conhecer os caminhos abertos por ele na atualidade. Traduzida direto do alemão, esta nova edição da coleção Marx-Engels chega ao leitor no ano do bicentenário de nascimento de Friedrich Engels.
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