Neste sentido, a autora recorda o quadro histórico das atrocidades cometidas por Israel sobre a Faixa de Gaza: desde a destruição que foi necessária para a criação do território israelense, a partir de 1948, até às expulsões programadas para a constituição de uma civilidade israelense. Em nome desta civilidade, o regime militar de Israel e a sua politica colonial de ocupação foram, e são, responsáveis pelo desaparecimento dos sujeitos palestinos, enquanto entidades cívicas. A estes foi-lhes e é sonegada qualquer possibilidade de cidadania, de autonomia e defesa. Os «territórios ocupados» da Faixa de Gaza e da Cisjordânia tornaram-se pois um plano de activação do poder militar israelense, que permitiu evitar «que a violência da ocupação se intrometesse na vida civil israelense normalizada». A injustiça do discurso colonial continua por isso a afirmar os seus direitos e reivindicações, os seus termos e formas da qual se exclui a justa luta pela cidadania e território palestino. Torna-se claro que a vida civil não pode senão continuar a lutar contra o domínio colonial, e procurar destruir as condições de confinamento e privação, de limpeza étnica, fundamentais para a normalização da colonização. Trata-se, por fim, de criar uma abertura na linguagem, na política e na ética, uma observância do direito que está para lá da «ordem internacional» e dos imperativos de uma cartografia colonial.
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