Esta obra trata sobre temas de grande impacto social, como memória e sociedade, tendo como objeto a história da comunidade quilombola Lagoa do Zeca, situada no município de Canarana, no interior da Bahia. A autora avoca para si a missão de recolher narrativas de quatro velhos e velhas da sua comunidade e construir um acervo de base para a preservação da memória daquele lugar. Como filha da comunidade, sua escrita não se restringe à observação e a relato, mas segue o movimento de escrevivência ensinado por Conceição Evaristo: são memórias de si e dos seus, em fala-performance que reverbera as vozes dos que, embora silenciados historicamente, criaram estratégias de manter vivas as narrativas de sua experiência e de sua sabedoria ancestral. Nota-se, a partir da leitura, um movimento de construção de novas memórias, que colocam em diálogo realidades passadas e contemporâneas do quilombo, mostrando as dinâmicas e os desafios enfrentados por comunidades quilombolas em um país que ainda segue devedor de políticas públicas de inclusão e reparação. É também a escrita de uma pesquisadora em construção constante de si, de sua identidade, e fortemente comprometida com seu território e sua gente. Mírian Sumica Carneiro Reis (2023) Doutora em Teoria da Literatura pelo Programa de Pós-graduação em Ciência da Literatura da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Diretora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (UNILAB), Campus dos Malês
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