Do realismo capitalista ao comunismo ácido: o legado de Mark Fisher é a primeira grande sistematização da obra desse importante teórico e crítico cultural inglês, que organiza e, ao mesmo tempo, respeita o caráter rebelde do pensamento de Fisher. O livro apresenta uma panorama geral da produção de "k-punk", expondo seus principais conceitos, ideias e fases, bem como posicionando o autor dentro da arquitetura da tradição viva do Novo Marxismo, do debate aceleracionista e da crítica ao capitalismo, principalmente em sua regulação neoliberal. A obra de Fisher é assim dividida em dois grandes eixos. O primeiro, o da crítica negativa, é designado como sendo o do realismo capitalista, em que esse notório conceito é aprofundado, expandido e atualizado, tendo por base as próprias ideias de Fisher, sobretudo aquelas expostas em uma série de textos, conferências e aulas ministradas em 2016. O outro eixo, que é o da hauntologia, conceito que, nas palavras de "k-punk", seria aquilo que expõe e combate o realismo capitalista, corresponde à crítica positiva, que busca horizontes revolucionários a partir de um empuxo libidinal extraído de futuros perdidos e potencialidades ocultas do presente, culminando com ápice conceitual fisheriano que é o "comunismo ácido", nome do prefácio do livro que Fisher, por conta de sua prematura morte, não teve oportunidade de escrever. No entanto, lastreado em uma criteriosa pesquisa, na qual articulou marxismo, psicanálise e crítica cultural, Antonio Galvão foi capaz de expandir as ideias desse mítico fragmento, estruturando aquilo que pode ser chamado de "comunismo ácido ampliado", apontando os possíveis caminhos que Fisher deixou de trilhar, mas que agora ficam mais fáceis de vislumbrar, revelando novos horizontes para as lutas do presente.
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