A cura pela fala, que teve início ainda no século XIX e em que "Anna O.", como uma espécie de Sherazade, criava contos de fadas que diminuíam os efeitos da histeria - que a ajudaram a se curar e permitiram que Breuer desenvolvesse seus métodos terapêuticos -, continuou também durante a vida posterior de Bertha Pappenheim. Foi falando, inventando narrativas, peças de teatro, discursos e conversando com mulheres de todas as classes e origens, que ela reinventou a própria história e transformou a de tantas outras. Imaginar mundos pode parecer uma fuga, mas, na realidade, é um caminho para o reconhecimento de si e do outro e para o enfrentamento do que parece insolúvel. Noemi Jaffe
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