De modo geral, a historiografia brasileira da sociedade colonial privilegia, sem sombra de dúvida, as mulheres de origem africana; pouco analisa as mamelucas e as mestiças de índios e negros; e esquece as brancas de condição nobre para se debruçar apenas sobre as plebeias pobres. Há que aprofundar a pesquisa e procurar equilibrar o estudo dos vários elementos constitutivos da população feminina da colônia. Até agora, os estudos de demografia histórica têm sido os mais equilibrados, apesar dos limites impostos pela documentação utilizada, pouco sensível aos matizes étnico-culturais ao englobar, sob a designação genérica de pardas, grupos distintos de cafuzas, mamelucas, bastardas e mulatas, e também pouco atenta ao título de donas atribuído a algumas mulheres nas listas nominativas de habitantes, em documentos notariais ou nos assentos de matrimônio. Apesar dos dados demográficos em desequilíbrio, a diferença social e jurídica entre donas e plebeias era tão visível em Minas Gerais quanto nas demais capitanias, e ela nos ajuda a compreender certas práticas sociais como, por exemplo, a relevância da reclusão conventual feminina. Esta obra analisa esse viés inexplorado e preenche tal lacuna historiográfica.
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