Monteiro Lobato é um dos principais nomes da literatura brasileira. Mesmo após um século, sua obra segue aclamada e reverberando em escolas, tablets, redes sociais e na memória de muitos. Como escritor e editor, usou de sua imaginação e abusou de seu prestígio para indicar o caminho a ser percorrido pelo povo brasileiro para alcançar seu ideal de progresso e pátria civilizada. Ele nunca foi unânime. Tanto em seu tempo quanto nos atuais, acumulou polêmicas e contendas. Não raro surge a pergunta se Lobato era racista. Não há espaço para dúvidas, a resposta é sim. Relacionar o autor a projetos e políticas de eugenia, expondo seu apreço aos princípios da Ku-Klux-Klan não é tarefa simples, mas a contemporaneidade desse debate exige esse exercício. Esse livro está apoiado na bibliografia especializada sobre raça, eugenia e ciência. Tem como ponto de partida as cartas de Lobato, a personagem Jeca Tatu, o romance O Presidente Negro e a saga infantil do Sítio do Picapau Amarelo. "Eis o mundo encantado que Monteiro Lobato criou" é um texto que busca interrogar de que maneira as ideias do escritor paulista estão inseridas nas questões de uma época. Quando, em nome da verdade científica, políticos, médicos e intelectuais propunham o branqueamento da população brasileira e enxergavam a eugenia como tábua de salvação para um país miscigenado. E esse debate não está esgotado porque o racismo está presente em nossa sociedade de maneira estrutural, violenta e mortal.
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