Em breves palavras, o autor coloca uma questão fundamental para a nossa vida: a aceitação dos próprios limites. Propõe recuperar a realidade do limite e reconciliar-nos com ela. Nós existimos somente enquanto limitados. Nascemos e morreremos, porque somos limitados no tempo. Temos um corpo cujos contornos definem a nossa fronteira com o mundo que nos circunda, e isto nos diz que somos limitados no espaço. Quereríamos ser capazes de amar mais, relacionar-nos de modo diferente, mas a cada dia fazemos a dura experiência de "ser feitos assim" (cada pessoa tem a sua história, a sua estrutura psicológica, o seu caráter, as suas doenças interiores...): somos limitados no amor. É fundamental conseguir compreender a importância - em nós e fora de nós, nas nossas relações - da presença dos limites, das feridas, das zonas de sombra; entender, à luz da mensagem evangélica, que tudo do nosso e do mundo interior alheio está marcado pela sombra e pelo limite, é a nossa única riqueza, e que precisamente então que é possível fazer a experiência da nossa salvação. Enfim, que não existe nada dentro de nós que mereça ser jogado fora. O estilo simples e provocativo torna a leitura agradável e, de alguma forma, indispensável em nosso tempo marcado pela pressa e pelo desejo de perfeição.
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