Há dois extremos da subjetividade, o da alienação, opressão, dominação, e, no lado oposto, a singularização, a criação, a expressão. Com Nietzsche, Spinoza, Foucault, Deleuze e Guattari, entre outros, entendemos que o problema, o qual o processo de singularização deve enfrentar, não é o poder, mas as relações de dominação dele; que o problema não é a moral, mas determinadas morais apequenadoras da vida; que o problema não são os signos, mas as palavras de ordem que os determinam; que problema não é o Eu, mas determinado modo identitário de o confeccionar. Cuidemos para que a falta não se torne lei; para que o desejo parta de nossa singularidade interior ou imanência absoluta; para que o verbo do meio não se prenda ao sujeito do fim; para que o devir jamais se fixe numa forma permanente; para que a dança e fluidez de Dionísio não perca seu movimento na pose de Apolo; para que nosso pensamento não se ajoelhe à estátua do ego; para que todos os tronos e pedestais caiam sob o fogo de Heráclito, tornando possível, enfim, que sejamos senhores de nós. Cuidemos de nós, caso contrário alguém cuidará, e frequentemente o suposto cuidado do outro não é senão um disfarce para acessar nossa fragilidade e controlar nosso sofrimento e gozo.
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