O livro apresenta, sobretudo, escritas de insurgências e protestos com uma pitada de subversão, discorrendo sobre o movimento cultural hip-hop, com um recorte no rap, gênero musical-poético germinado nas periferias, que aborda os problemas e as questões referentes a esse universo e às pessoas nele inseridas, atendendo as demandas de sujeitos que foram/são historicamente silenciados e marginalizados no processo de construção sociocultural brasileiro, constituído de modo violento, por meio da colonização e do regime escravista. Um aspecto importante, nesse sentido, diz respeito à representatividade e à constituição do lugar de fala, compreendido como a expressão do sujeito marginalizado sem que haja a mediação de outro(s). Dessa maneira, o lugar de fala con¿gura-se como um dos pontos fundamentais para o exercício da liberdade institucionalizada, visto que reconhece a intermediação do outro como um mecanismo de opressão que precisa ser enfrentado e discutido. Assim, o rap representa um dispositivo de conscientização dos sujeitos periféricos. No decorrer do livro, canções são acionadas e analisadas (aconselho os/as leitores/leitoras a ouvirem as canções aqui trazidas, é preciso que essa sensibilidade toque cada um/uma de vocês), no intuito de explicitar que esse universo musical é capaz de favorecer a construção, a desconstrução e a reconstrução de saberes, fazendo-se necessário para a educação nas quebradas e na academia. São epistemologias emergentes.
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