Philippe de Avellar percorre, em seu Espelho-monstro: Bizango, reflexos e reflexões, um percurso analítico de excelência - criativo, rigoroso e com fortuna crítica abrangente - para buscar compreender a presença de monstros e figuras monstruosas na cultura, sobretudo na literatura. Tirando partido da pluralidade, das ambiguidades e das representações identitárias em eterno devir, o autor examina diversas acepções do ser-monstro, examinando figuras, ao mesmo tempo, misteriosas, transgressoras, mutantes, inadequadas, incompletas, incompreendidas, sedutoras, seduzidas, repulsivas, (in)felizes e amedrontadoras. Essa enumeração vertiginosa, é preciso salientar, espelha as múltiplas naturezas e características deste ser não-humano (embora possa mimetizá-lo na aparência) definitivamente escorregadio e avesso a definições simplistas. Penso que um bom pesquisador é aquele que, mais do oferecer respostas, se propõe a elaborar perguntas. Este livro se vale da verve perguntadeira e inquieta de seu escritor que, na impossibilidade de concluir sua análise com um ponto-final, lança aos leitores duas perguntas capitais da sociedade contemporânea, perguntas que fragilizam concepções amplamente difundidas sobre os monstros: "quem está dentro da moldura? E quem está livre?" Vanessa Massoni da Rocha (UFF)
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