O Estado capitalista é um Estado de classes. Porém, é mais que isso. É uma deturpação ideológica que se apresenta concretamente de forma mistificada. Apresenta-se à sociedade como estando acima dela, contudo, é a expressão política de um modo de produção específico: do capitalismo. Este Estado que se apresenta como imparcial e é tido pelas teorias liberais como um agente que agrega o "bem comum" é, na verdade, o garantidor de uma relação de exploração de uma classe sobre outra. A saber, o Estado não é o oposto do mercado. Ambos são manifestações em momentos diferentes de uma mesma sociabilidade: a sociabilidade capitalista; pautada na relação de exploração de uma classe sobre outra. A ofensiva do capital contemporâneo tem necessitado cada vez mais da intervenção estatal para buscar garantir sua valorização em detrimento de qualquer preocupação com a vida humana, meio ambiente e compromisso com a igualdade e justiça social. As (contra) reformas neoliberais, juntamente com os projetos progressistas, necessitam urgentemente de uma revisão radicalmente crítica a respeito do Estado e sua relação com a valorização do capital. A emancipação humana só poderá se dar efetivamente com o fim da mercadoria, do capital e, consequente e necessariamente, com o fim do Estado.
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