Exercícios de admiração reúne os artigos e prefácios que Cioran escreveu sobre outros escritores. Na verdade, o livro apresenta uma série de perfis daqueles com quem Cioran se harmoniza por estilo e amizade (como Beckett, Michaux e Ceronetti) e daqueles que o interessam por contraste (Eliade, Saint-John Perse e Fitzgerald). Dentre os textos do livro, dois se destacam: o longo Ensaio sobre o pensamento reacionário, publicado em 1957 como prefácio a uma antologia de textos de Joseph de Maistre, e a plaqueta sobre Paul Valéry, onde encontramos, entre as reservas que Cioran faz ao poeta, a expressão de suas próprias contradições. Ao expressar um itinerário de vida e de pensamento, os Exercícios inserem Cioran como um mestre da arte do portrait, do retrato literário, na linha de Sainte-Beuve, Thomas de Quincey, entre outros, e esclarecem a concepção cioranesca da literatura. Foi a partir da publicação dos Exercícios, considerado um de seus melhores livros, que o sucesso de Cioran alcançou um público maior e que ele passou a ser realmente conhecido e traduzido mundialmente. E foi também com este livro que ele, que antes assinava E. M. Cioran, passou a assinar simplesmente Cioran. A edição brasileira conta com um prefácio de seu tradutor José Thomaz Brum e uma carta de Cioran ao próprio, em que são mencionadas as afinidades entre a língua romena e a língua portuguesa.
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