A presente investigação tem por objeto a obra poética da argentina Alejandra Pizarnik (1936-1972), que se exilou em Paris durante a década de 1960. A obra poética da autora constitui-se como um campo em expansão dentro da tradução de poesia no Brasil desde a década de 1990 e ganhou mais força com as recentes publicações das traduções de Ellen Lopes (2018) e de Davis Diniz (2018). A leitura de Poesia Completa (2011) permite re¿exões sobre o exílio e a alteridade. A experiência do exílio de Pizarnik contribuiu para o seu processo criativo e concepção poética. A situação do inusitado levou a poeta a vivenciar a condição de estrangeira, ou seja, a colocar-se no lugar do Outro. Este estudo leva em consideração, e tem como apoio para a leitura da poética de Pizarnik, fragmentos de seus diários, prosa e correspondência que dialogam com sua poesia e que oscilam entre a comunhão e a tensão estabelecida com o Outro, sob o viés da perspectiva da alteridade de Levinás (1987) e da hospitalidade de Jacques Derrida (2003). A discussão sobre o exílio, como direito ou pena e a questão do estrangeiro, está relacionada à leitura de Said (2003) e dos artigos da edição temática da revista Archipiélago (1995). Outras constantes como o sentimento de pertencimento e de pátria, são analisadas a partir de Deleuze (1995, 1998, 2011) e Guattari (1995). A morte e a dicção suicida são vistas aqui como espaço de trânsito, conforme Blanchot (1987) e, nesta abordagem, a morte do escritor constitui uma forma de traição à escrita.
Dieser Download kann aus rechtlichen Gründen nur mit Rechnungsadresse in A, B, BG, CY, CZ, D, DK, EW, E, FIN, F, GR, H, IRL, I, LT, L, LR, M, NL, PL, P, R, S, SLO, SK ausgeliefert werden.