O autor discute a liberdade de Deus e da ratio theologica em relação a mais ingênua ou a mais elaborada teologia. A discussão nasceu da constatação de que a teologia ocidental, ao longo de sua trajetória, é tentada a permutar o devir da verdade-relação por aquela fixada no texto. Isto reduz drasticamente a percepção de Deus da vida dos fiéis e eles podem até substituí-lo por um Deus conceitual, um ídolo. Levantando-se contra este reducionismo, propõe-se que o nível experiencial e o propositivo se mantenham integrados, porque a fides qua precede a fides quae na Escritura e este é o coração da teologia hermenêutica. Esse processo dialético pode impedir a razão teológica de cair nos delírios de plenitude ou libertá-la deste cativeiro. O método investigativo foi dedutivo e indutivo. No primeiro caso, examinaram-se as fontes primárias para identificar a natureza da teologia hermenêutica. Para isso, concentrou-se na interioridade crente e na Ressurreição do Cristo. No segundo caso, colocou-se a teologia hermenêutica em diálogo com a ciência e com outros segmentos religiosos, ao mesmo tempo em que as virtudes, os limites e as possibilidades de seu enriquecimento foram sublinhados. Os dogmatistas protestarão dizendo que isto leva ao desmoronamento da fé, porém, ao contrário deles, o autor afirma que a razão teológica, enamorada do Mistério e da história, permanece aberta à Verdade e se reconfigura face aos novos registros do espírito humano.
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