A literatura e a arte poética, em particular, têm sido marcadas, ao longo dos séculos, por uma busca incessante pela renovação da linguagem e por novas formas. O poeta norte-americano, Ezra Pound, já dizia que poesia é linguagem carregada de sentido. E encontrar formas de carregar a palavra cansada e esgotada do dia-a-dia com novos sentidos, capazes de não só causar estranheza ao leitor, mas de descortinar novos olhares é a tarefa árdua do-a poeta. A poesia, também já dizia Pound, é a arte de trabalhar constantemente a palavra, no esforço de "tratar diretamente a coisa", seja no campo abstrato ou objetivo a arte de subtrair o excesso e de usar apenas as palavras necessárias.Dessa forma, com versos curtos, secos e diretos - períodos milimetricamente cortados, para dar a ênfase devida em cada palavra, que traz consigo uma força única e particular, e deve assim ser lida -, Adalberto Souza, em Fantasmas não andam de Montanha Russa, nos presenteia com um exercício de sensibilidade e precisão linguística que nos tira o ar. Nessa série de poemas, somos arrancadas-os à força de nossa zona de conforto para mergulhar nos fossos da paixão nas profundezas da agonia existencial na dor e angústia das incertezas da vida no tédio do dia e da inevitável noite nos desencantos dos encantos desfeitos, mas também na entrega incondicional e na leveza do amor novo e doce, assombrado, ou não, pelos fantasmas silenciosos, que nos cercam invisíveis, passos engolidos por uma areia movediça
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