O livro Fogo da liberdade analisa a trajetória de homens e mulheres de origem ou ascendência africana, particularmente aqueles que romperam com a escravidão entre os séculos XVIII e XIX. Ganham espaço nas páginas que compõem a obra histórias de sujeitos que fugiram, formaram quilombos ou tomaram partido nos diferentes acontecimentos políticos que cortavam no continente naquele momento histórico. O livro é um convite para pensar a escravidão negra nos lugares considerados mais remotos e distantes dos grandes centros coloniais; no caso de Mato Grosso, uma Capitania com uma extensa área territorial e de fronteira, atravessada por numerosos grupos indígenas. A obra conta com quatro capítulos, de modo que o primeiro analisa a presença negra nos caminhos que conectavam o Oeste com as regiões mais populosas do Império lusitano. O segundo reflete o quilombo mais conhecido da região, o Quariterê, bem como a presença indígena e registro da liderança de Tereza de Benguela. O terceiro capítulo trata da formação de um quilombo no Alto Peru (atual Bolívia), com africanos que haviam fugido de Mato Grosso. Por fim, o livro analisa a trajetória de Francisco Rios, negro nascido no Brasil, fugido para o Alto Peru e aclamado pela população da região andina como uma liderança durante o início dos primeiros eventos que culminaram nas independências dos países outrora colonizados pela Espanha. As pesquisas sobre a escravidão em área de fronteira e permeada por povos indígenas precisam prosseguir, mas por ora o livro se trata de uma importante contribuição para pensar a resistência e agência da população negra na história do Brasil.
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