O Brasil tem demonstrado níveis elevados de empreendedorismo inicial, ao mesmo tempo que proporciona um dos ambientes mais hostis ao empreendedorismo. Empresas individuais representam 70% das iniciativas empreendedoras brasileiras e, somente em 2018, enquanto 2.219.561 abriam suas portas, outras 2.166.123 encerravam suas atividades. Pode-se afirmar com 99,78% de certeza, através de teste de análise de correlação linear de Pearson, que há associação entre desemprego e abertura de empresas individuais no Brasil. Os microempreendedores brasileiros, em sua maioria, iniciam sua jornada empreendedora não através de uma oportunidade identificada e elaboração de um modelo de negócio, mas saltando da plataforma em chamas do desemprego. Alguns poucos, durante o salto, aprendem a voar. Com objetivo de entender o processo de formação de microempreendedores, identificar quais são os obstáculos enfrentados, propor e implantar ações para facilitar a superação desses obstáculos, medir os resultados e sugerir um modelo de formação de microempreendedores, foi conduzida uma pesquisa-ação em amostra de sete microempreendedoras representantes dos grupos de Minorias, Quebrada e Base da Pirâmide. Os resultados obtidos a partir da implantação da espiral Lewiniana apontam que a formação de microempreendedores deve estar alicerçada, além da capacitação em empreendedorismo, a outros quatro igualmente importantes pilares, que dão origem à proposta do artefato PODER de formação de microempreendedores.
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