Este livro resulta de uma ampla pesquisa acerca do universo no qual as crianças e os adolescentes socialmente marginalizados estiveram inscritos durante a Primeira República. O título alude à visão dos contemporâneos de que a infância pobre, se assistida e instruída, poderia ser "moldada para o bem". Ou seja, essas crianças, quando educadas e inscritas no mercado de trabalho, representavam o "futuro da nação". Nesse sentido, caberia a elas a agenda da assistência e representações positivas. Em contrapartida, quando abandonadas e jogadas à própria sorte, eram concebidas como futuros delinquentes, constituindo-se em ameaças para a sociedade e em obstáculos para o "progresso da nação". Tomando como ponto de partida o "problema da infância", optou-se por trabalhar com um conjunto heterogêneo de fontes, o qual incluiu a imprensa carioca, os arquivos das instituições de assistência aos meninos desvalidos e correção dos menores abandonados, obras de juristas e médicos e a documentação policial. As crianças e adolescentes que povoam este livro não constituíram um grupo homogêneo, ainda que tenham partilhado inúmeras dificuldades e estigmas. Eles estiveram envoltos em uma gama variável de lugares e situações, definidos, não raro, pelas redes construídas por suas famílias. Tais variáveis definiram se caberia a eles a assistência ou a "correção". Portanto, esta obra buscou identificar como a infância pobre, abandonada e trabalhadora foi pensada e como ela deveria ser gerida e assistida.
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