A aldeia de Al-Araqib, no limiar do deserto do Neguev/Naqab, foi demolida e os seus habitantes expulsos pelas forças policiais de Israel pelo menos 191 vezes, significando que a Nakba palestina ainda está em curso. Mas após cada campanha de demolição a aldeia tem sido reconstruída, com a população local a exercer, continua e persistentemente, o seu direito de retorno ao território. Os trabalhos de demolição e florestação implementados pelo estado israelense alteram e eliminam os vestígios materiais dos habitantes para barrar o seu regresso; estes processos de supressão e ilegalização tornam as comunidades invisíveis, apagando-as dos mapas e das imagens de satélite.
Num esforço conjunto de fotografia aérea improvisada, os Forensic Architecture e as famílias Al-Turi, Al-Uqbi e Abu Freih, de Al-Araqib, utilizam papagaios-de-papel e balões equipados com simples câmaras fotográficas de modo a recolherem imagens aéreas do terreno. Este trabalho colaborativo permite registar indícios materiais da longevidade da presença nestas terras dos beduínos palestinos e da sua luta em curso contra a violência colonial israelense. Paralelamente, pesquisaram-se os arquivos das famílias afetadas, emergindo contratos, documentos de pagamento de impostos, cartas e todo o tipo de documentos atestando a preexistência da aldeia em relação à criação do Estado de Israel, pelo que, nos termos da lei, o seu direito a existir não deveria ser contestado.
Este ensaio é bem revelador do propósito dos Forensic Architecture, orientado para a pesquisa da verdade - que se encara como um bem público -, verdade que não é da ordem da retórica ou da memória, mas que se encontra do lado da matéria: da terra, do território, das construções, das ruínas, dos corpos, dos cadáveres, das formas das nuvens, dos chips dos smartphones, dos metadados de todo o tipo de comunicações. Os Forensic Architecture e Eyal Weizman têm de modo decisivo vindo a reconfigurar a forma e o sentido de uma arte política.
Num esforço conjunto de fotografia aérea improvisada, os Forensic Architecture e as famílias Al-Turi, Al-Uqbi e Abu Freih, de Al-Araqib, utilizam papagaios-de-papel e balões equipados com simples câmaras fotográficas de modo a recolherem imagens aéreas do terreno. Este trabalho colaborativo permite registar indícios materiais da longevidade da presença nestas terras dos beduínos palestinos e da sua luta em curso contra a violência colonial israelense. Paralelamente, pesquisaram-se os arquivos das famílias afetadas, emergindo contratos, documentos de pagamento de impostos, cartas e todo o tipo de documentos atestando a preexistência da aldeia em relação à criação do Estado de Israel, pelo que, nos termos da lei, o seu direito a existir não deveria ser contestado.
Este ensaio é bem revelador do propósito dos Forensic Architecture, orientado para a pesquisa da verdade - que se encara como um bem público -, verdade que não é da ordem da retórica ou da memória, mas que se encontra do lado da matéria: da terra, do território, das construções, das ruínas, dos corpos, dos cadáveres, das formas das nuvens, dos chips dos smartphones, dos metadados de todo o tipo de comunicações. Os Forensic Architecture e Eyal Weizman têm de modo decisivo vindo a reconfigurar a forma e o sentido de uma arte política.
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