Antes de se tornar escritor, Herman Melville, o futuro autor de Moby Dick, trabalhou como marujo em diversos navios, e adquiriu a experiência no mar na qual basearia boa parte de seus livros. Em Jaqueta Branca, um dos maiores escritores norte-americanos aborda sua última e mais importante viagem - que tem uma passagem importante pelo Rio de Janeiro, em que Melville encontra com d. Pedro II. O livro, que permaneceu inédito no Brasil por mais de 150 anos, toma o navio de guerra como microcosmo e retrata o percurso de 14 meses do maior navio da Marinha americana da época, do Havaí até Boston, contornando as Américas. No dia 17 de agosto de 1843, Herman Melville (1819-1891) embarcou na fragata USS United States, em Honolulu, no Havaí. Depois de ter trabalhado em barcos baleeiros, o jovem de 24 anos engajava-se como marinheiro do navio de guerra considerado o mais rápido da frota americana da época. A experiência como marujo durou 14 meses, marcou o fim do seu período de aventuras marítimas e o inspirou a escrever, em 1850, o livro Jaqueta Branca ou O mundo em um navio de guerra, que antecedeu sua obra mais conhecida, Moby Dick. O narrador é o marujo Jaqueta Branca, que ganha esse apelido devido ao casaco que ele mesmo confecciona para se proteger do frio, a bordo do navio de guerra, batizado no livro como Neversink. Durante o trajeto de Honolulu até Boston, onde desembarcou, Jaqueta Branca descreve as condições de vida no mar, as relações entre marujos e oficiais a bordo e cria um panorama de tipos e personagens que representam o mundo em um navio de guerra. No relato, Melville denuncia os maus tratos e abusos sofridos pelos marinheiros, sobretudo a flagelação pública. Esse testemunho influenciou a votação de leis proibindo os castigos físicos na Marinha quando a lei foi votada no congresso americano - ocasião em que Jaqueta Branca foi citado. Vários capítulos da obra são dedicados à passagem do navio pelo Rio de Janeiro, onde a fragata ficou aportada. Melville descreve, encantado, a paisagem carioca, além da visita do imperador d. Pedro II e seu séquito à embarcação, impressionado com a pompa exagerada da Corte brasileira. A tradução, de Rogério Bettoni, foi agraciada com o Prêmio Biblioteca Nacional de melhor tradução, e o livro conta com glossário de termos náuticos e posfácio da especialista Priscilla Allen, autora de um estudo clássico pela Universidade de Cornell em 1966.
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