A escola é um campo de conflitos constituído por indivíduos que exercem diferentes papéis interdependentes, suas ações influenciam e são influenciadas pelos outros a todo momento. Assim, acreditamos que professores estão imersos numa teia de interdependências que não lhes permite perceber com clareza as relações de poder a que estão submetidos. O professor se sente coagido pelas normas e regras de funcionamento da escola e não percebe que também exerce força coercitiva em relação ao outro, favorecendo práticas tradicionais escolares que impulsionam o desenvolvimento do mal-estar docente. Nesse sentido, a presente obra objetiva analisar a "coerção" da instituição escolar que ocorre entre governo do estado, equipe escolar, alunos e comunidade e as percepções de professores sobre a violência que permeia esse contexto. Participou do estudo um grupo de professores que leciona em escolas do interior paulista. Os autores adotados para dar suporte à discussão dos dados foram o sociólogo Norbert Elias e, complementarmente, o psicanalista Sigmund Freud. Assim, o livro que apresentamos discute, principalmente: a dicotomia indivíduo/sociedade evidenciada pelos professores; a dificuldade em se reconhecerem como corresponsáveis pelo difícil quadro da educação pública na atualidade; a mudança no equilíbrio de poder nas relações escolares; o estranhamento demonstrado pelos professores em relação ao comportamento de seus alunos e o "desejo" de que se enquadrem no comportamento correto idealizado. Além disso, as mudanças na legislação educacional e a sensação de estarem perdendo o controle sobre seu trabalho têm afetado sua identidade profissional.
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