O discurso poético de Glauco Mattoso, inserido na Poesia Marginal da década de 70. Toma-se como corpus a obra Jornal Dobrabil, a fim de identificar no referido poeta um programa efetivamente literário que o singularize no conjunto homogeneizado dos poetas marginais, descomprometidos com qualquer diretriz estética. Acredita-se que a efetivação desse projeto está no fato de que a escrita mattosiana propõe, pela instância da reprodução datilográfica, uma contraculturalização de formas e/ou preceitos de algumas tendências da tradição literária, como: a Poesia Clássica, essencialmente sua forma primordial soneto, o Modernismo, especificamente a Antropofagia oswaldiana, e o Concretismo. Cabe esclarecer que essa proposta de contraculturalização se realiza pela retomada dessas formas hereditárias, visando à transgressão em suas temáticas e formas. Tal subversão, conteudística e formal, se opera quando o autor injeta nessas estruturas primordiais um linguajar altamente escatológico, chulo e pornográfico. Em relação à articulação com o Modernismo, Mattoso propõe uma releitura da Antropofagia oswaldiana, ao reciclá-la sob o viés da Coprofagia. O trabalho demonstra, por meio de análises dos poemas contidos no Jornal Dobrabil, o modo como Glauco Mattoso realiza esse projeto de contraculturalização das formas hereditárias pela imposição de uma nova opção de linguagem.
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