Roberto Daud, doutor em Literatura Comparada, publicou em 2008 um artigo comparando a literatura de Clarice Lispector e o russo Anton Tchekov. Há, decerto, semelhanças intrínsecas entre os dois, mas para que se complete a trindade, incluo Flávia Frazão neste seu livro inaugural de contos, que a torna oficialmente contista. O professor e amigo Rubem Leite definiu um novo estilo que transbordou de sua cuca para as panelas gerais da literatura mineira: o cronto - é tanto crônica quanto conto. E em cada canto desde livro podemos observar e absorver o sentido expressivo dos crontos. É vanguarda regional, é chupar uma laranja na sala (Luis Fernando Verissimo) e é cheiro de banana apodrecendo na varanda (Ferreira Gullar). Como passar ileso à personagem de O vestido azul, Macabeia mais lispectoriana que a original? Como não se perder em bucólica angústia e sereno torpor em À margem do trem e do vento? É possível não fazer exame de consciência enquanto se lê Morte exige presença? Todos esses contos, digo, crontos, são farinha de estrelas, pó de astros, pairando sob o título-égide: Liberdade. A alguns pode parecer difícil encontrar tal grito de liberdade neste livro, mas a liberdade sussurra nas entrelinhas do contexto. A liberdade não é tema, é matéria. É obra de vida. São as moiras tecendo o destino da autora em relação com sua vida e seu ofício. Vinícius Siman, bacharelando em Filosofia
Dieser Download kann aus rechtlichen Gründen nur mit Rechnungsadresse in A, B, BG, CY, CZ, D, DK, EW, E, FIN, F, GR, H, IRL, I, LT, L, LR, M, NL, PL, P, R, S, SLO, SK ausgeliefert werden.