O presente livro realiza uma abordagem ontológica da teoria psicanalítica do desejo em Lacan - desejo como metonímia da falta-a-ser - utilizando coordenadas conceituais da analítica existenciária. São abordados quatro temas de Heidegger: a diferença ontológica, o conceito de verdade, a valoração ontológica da linguagem e a concepção do tempo. Se a metafísica é tributária da doutrina aristotélica da substância, que produz efeitos de essencialização e naturalização encobridores das fraturas do ser, a ontologia pode ser entendida em sua diferença com a metafísica, como crítica aos fundamentos e ponto de apoio às decisões clínicas. Nesse sentido, é proposto que ontologia na psicanálise seja pensada como mínima, modal e assentada no pensamento da finitude, para que possa manter a abertura crítica, abordar os fenômenos menores das manifestações do inconsciente e permitir uma maior robustez à ética. Em seguida, são indicadas formulações que possuem um peso ontológico através de nove recortes da teoria psicanalítica do desejo. O resultado da análise desses nove cortes é a afirmação de que o desejo comporta um peso ontológico e contém traços da analítica existenciária. A partir dessa constatação, é defendida a tese de que a teoria do desejo é uma descrição do modo de ser do falante e funciona como uma ontologia mínima, que proporciona referências básicas para a condução de uma clínica que pretende se inscrever em um estatuto ético.
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