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L. e Miguel estão apaixonados, ou seus corpos estão em fúria, como em João Gilberto Noll, e ainda procuram nomes para o que sentem. Suas masculinidades criam afetos que percorrem os corpos por vias congestionadas de sexo, silêncios e deslocamentos, entre Brasil (São Paulo, Ceará, Paraná) e Espanha (Barcelona) – lugares Presente e também lembranças e Passado. L. conta recordações dizendo-se escrito em um não-diário, às vezes piegas, outras vezes assumindo um tipo de oposição ao exagero, mantendo sinestesias musicadas, compondo ritmos do desejo: a referência a Wong Kar-Wai está lá, inclusive.…mehr

Produktbeschreibung
L. e Miguel estão apaixonados, ou seus corpos estão em fúria, como em João Gilberto Noll, e ainda procuram nomes para o que sentem. Suas masculinidades criam afetos que percorrem os corpos por vias congestionadas de sexo, silêncios e deslocamentos, entre Brasil (São Paulo, Ceará, Paraná) e Espanha (Barcelona) – lugares Presente e também lembranças e Passado. L. conta recordações dizendo-se escrito em um não-diário, às vezes piegas, outras vezes assumindo um tipo de oposição ao exagero, mantendo sinestesias musicadas, compondo ritmos do desejo: a referência a Wong Kar-Wai está lá, inclusive. Michel de Oliveira escreve seu primeiro romance em tons de "assombro sentimental" sobre a relação entre dois homens perdidos em palavras que escapam por dentro, apegos a jorrar das faltas, tramas de reelaborações de infâncias tornadas precárias pelo preconceito ("duas crianças perdidas juntas têm menos medo"). L. e Miguel encontraram no amor e no desejo um abrigo e um precipício, irremediavelmente, e tudo isso permeado por sentimentos coloridamente eviscerados, do sexo casual iniciado em flertes anônimos na internet, invenções do amor e seus novos nomes. Michel escreve uma composição de recordações e conflitos, na qual os personagens parecem buscar uma investigação de suas subjetividades e corporalidades. Com entrelinhas melancólicas inflamadas de homem-erotismos e lacunas, os personagens no romance de estreia de Michel de Oliveira dizem sobre desejo, segredo, culpa, e algum tipo de amor que termina sempre como se estivesse começando. Raimundo Neto
Autorenporträt
É natural de Tobias Barreto, Sergipe. Escritor, fotógrafo, artista visual, jornalista e doutor em Comunicação e Informação pela UFRGS. Autor de Fatal Error (Moinhos, 2021), O amor são tontas coisas (Moinhos, 2021), O sagrado coração do homem (Moinhos, 2018), Cólicas, câimbras e outras dores (Oito e Meio, 2017) e do livro de não ficção Saudades eternas: fotografia entre a morte e a sobrevida (Eduel, 2018); participou das antologias Como tudo começou: a história e 35 histórias dos 35 anos da Oficina de Criação Literária da PUCRS (ediPUCRS, 2020) e Qualquer ontem (Bestiário, 2019).