Este é o último livro publicado em vida por Dietmar Kamper. Nele encontram-se os principais temas de sua trajetória intelectual: corpo, abstração, imaginação, estética, amor. As cinco partes da obra, embora sem compromisso cronológico, andam num passo aparentemente retrospectivo, que começa com questões atuais como a virtualidade e chega às preocupações mais antigas do autor, como a proposição de uma antropologia e de uma estética. O ponto de convergência é o chamado para a mudança de horizonte, que em verdade são várias: do imaginário à imaginação, da ausência à presença, da imagem ao corpo, da metamorfose ao metabolismo, da visão à audição, do espírito à letra, da ortodoxia à heresia, e tantas outras que caberá ao leitor identificar. Em tal contexto, imprescindível é o chamado para que mudemos de horizonte também no pensamento e no trabalho de acadêmicos. Não diz respeito à mudança de paradigma de orientação kuhniana, "pois esta ainda mantém-se na linha e sobre solo firme" (pág. 9), mas sim ao salto mortal, a uma cambalhota epistemológica capaz de transformar a perspectiva, tirar observador e objeto do eixo, embaralhar o acima e o abaixo, abrir fendas no chão.
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