Um olhar mais atento sobre nossa sociedade nos mostra que homens e mulheres ocupam lugares distintos no tecido social. Percebemos, ainda, que existe um grande abismo no que diz respeito à ocupação de espaços de poder, remuneração e oportunidades profissionais, dentre outros aspectos. Isso não pode ser explicado de forma simplista, levando-se em consideração apenas a questão biológica, como se convencionou fazer durante muito tempo. Isso só foi possível graças a um modelo que se estruturou ao longo dos séculos, por meio da reprodução de um padrão social, moral e cultural que consolidou a distinção de gênero, ignorando as particularidades e especificidades de cada ser e colocando cada um em um lugar predeterminado, antes mesmo do seu nascimento. Estabeleceu-se, assim, para cada um, o seu papel e lugar na sociedade. A perpetuação desse modelo não seria possível sem a presença de instituições sociais trabalhando pela sua implantação e manutenção. Família, religião e Estado são algumas das instituições que fomentaram e garantiram esse modelo de sociedade patriarcal, como o conhecemos. Longe de esgotar o tema, o objetivo deste ensaio é mostrar como, ao longo dos séculos, foi criado e solidificado esse modelo de sociedade patriarcal, por meio de suas instituições sociais.
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