A Professora Maria Aparecida Figueiredo Pereira, Mestre em História, analisa o procedimento de revista íntima na Penitenciária do Serrotão, na cidade de Campina Grande-PB, de 2009 a 2014, como pedagogização do corpo feminino. A referida revista consistia no desnudamento das visitantes dos apenados, seguindo um ritual que contemplava agachamentos sobre um espelho. Sua instituição em unidades prisionais brasileiras teve o fim de garantir que substâncias entorpecentes, celulares, armas e demais objetos proibidos não adentrassem esses espaços camuflados nos corpos daquelas mulheres. Na pesquisa investigam-se as razões por que a vistoria era reservada exclusivamente ao corpo feminino. Enquanto agente de segurança penitenciária que vivenciou in loco os disciplinamentos impostos na sala de revista íntima, a autora visa descortinar o seu cotidiano. Para tanto, reivindica também o ofício de historiadora, e toma por metodologias a Ego-história e a História Oral. A primeira no sentido de perscrutar as lembranças que a constituíram enquanto sujeito, a segunda no propósito de ouvir, contar e analisar os discursos e histórias tecidos com base nas memórias das profissionais que ali atuaram. Além disso, apresenta fontes documentais, e prossegue na esteira de Foucault, discutindo os conceitos de disciplina, corpos dóceis e poder, trazendo Butler com gênero, Pesavento mediante as sensibilidades, Certeau com lugar praticado, táticas e estratégias, entre outros autores e teóricos. Trata das sociabilidades, abordando as masculinidades que inebriam o ambiente prisional, evidenciando que o corpo feminino, apesar das resistências e fugas, ainda se encontra encarcerado.
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