Na trilha sob o Sol nos encontramos com o Qoheleth em sua busca por uma vida que vale a pena viver. Ele tentou, como antigos gregos do peso de Homero e dos estoicos, harmonizar a vida ao todo universal; empenhou-se por uma vida racionalizada à semelhança de Sócrates e Platão; intentou e alcançou uma vida prazerosa, abonada e de sucesso como proclamaram Epicuro, Zaratustra e outros; tentou, como Tevje, manter o equilíbrio tocando violino sobre um telhado; e, como Ivan Ilitch, apresentou-se à sociedade com uma moral impecável e uma vida útil. Em todas as tentativas de encontrar uma vida que valesse a pena, entretanto, o Qoheleth viu-se frustrado. Todas elas, embora tivessem suas razões de ser, não lhe pareceram nada senão miragem. - Que proveito alguém tem de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol? - pergunta. Na companhia do Qoheleth nos damos conta de que, por vezes, também tentamos dominar o vento ou que corremos e corremos para alcançar o Sol - como na canção Time do Pink Floyd - e, tarde demais, nos darmos conta que ele está se pondo, dando a volta até ressurgir atrás de nós. O Sol permanece o mesmo, mas nós estamos mais velhos, ofegantes e um dia mais próximos do fim. A vida, para valer a pena mesmo, parece exigir uma razão maior, um princípio ou um sentido último pelo qual se vive e/ou se morre. Será que o Qoheleth o encontrou? Amarre o cadarço, vista seu boné e se você, como eu, já se deu conta que está mais velho e ofegante, apanhe ainda seu monitor cardíaco. O mais antigo autor de [anti]autoajuda que conheço - o Qoheleth - nos aguarda.
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