Desde que voltei de Cuba, formada em medicina, a pergunta que mais ouço é "como é Cuba?". Observei muitas especulações e fantasias sobre esse tema e, depois de tudo o que vivi e aprendi lá, me sinto no dever ético de expor situações que não são faladas sobre o país. Embora no Brasil exista atualmente certo preconceito com a formação em medicina na ilha, lá os índices de mortalidade materno-infantil e a expectativa de vida são comparáveis aos de países desenvolvidos. Em um país economicamente desfavorecido, que enfrenta tantas adversidades, como isso é possível? Por meio de minhas vivências pessoais, exponho os motivos de minha admiração por Cuba nesta obra que mistura autobiografia com análise técnica e conteúdo acadêmico. Ao falar sobre minha vida antes dessa experiência, trago um pouco dos desafios enfrentados pela população negra e pobre em meu país. E, ao relatar a respeito da minha formação como médica na ilha, tento trazer elementos relevantes para que outras pessoas possam refletir mais amplamente sobre uma nação da qual se fala tanto hoje em dia, mas que poucos têm conhecimento mais aprofundado. CAMILA NEGREIROS A. DE SOUZA Médica graduada em Cuba (2008), especialista em psiquiatria pela ABP (2015), é paulistana, filha de nordestinos que migraram para São Paulo em busca de melhores condições. Assim como milhares de brasileiros, passou por grandes reveses na vida pessoal e profissional, até que, graças à solidariedade do governo cubano, recebeu a oportunidade que mudaria sua história e sua perspectiva de mundo para sempre: pôde formar-se em medicina, curso extremamente concorrido em seu país, cujo ingresso é praticamente inacessível à população de baixa renda.
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