Estudar o cotidiano e a vida privada dos habitantes das Minas setecentistas é o caminho percorrido pelos interessados em compreender a sociedade mineira. Graças às várias pesquisas hoje, já se sabe que mulheres gerenciaram negócios, acumularam rendas e atuaram como chefes de família no Brasil Colonial. Ainda que o discurso dominante apontasse para supremacia masculina, várias foram as mulheres que controlaram suas vidas de maneira independente. O papel da mulher na sociedade mineira do século XVIII, mesmo estando à margem do poder político e sem ocupar cargos na administração pública, foi mais importante do que imaginam a maioria das pessoas. Tanto a Igreja Católica como o Estado português acreditavam que as mulheres deveriam ser submissas ao homem, criando uma dependência que acentuaria o contorno patriarcal à família. Mas, a participação das mulheres foi significativa na sociedade mineira colonial. Tal situação foi possível graças à natureza complexa da sociedade mineradora. A necessidade de manutenção da unidade doméstica levou viúvas brancas a uma inserção efetiva, elas romperam com o discurso misógino difundido pela elite. Relatar situações vivenciadas por elas é a proposta desta obra, que também tem como objetivo refletir sobre a principal questão que moveu a pesquisa: como as mulheres podem ocupar espaços e superar as barreiras impostas pela misoginia, em uma sociedade dominada pelo masculino, ainda que essa dominação não encontre sustentação nas leis atuais?
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