Durante séculos, pessoas neurodivergentes foram submetidas a julgamentos morais, confinamento e violência. Em "Ninguém é normal: como a cultura criou o estigma do transtorno mental", Roy Richard Grinker entrelaça os fios culturais e históricos que nos trouxeram até um momento em que os transtornos mentais e o sofrimento emocional se tornaram aspectos mais aceitos e visíveis da diversidade humana. Antropólogo e pesquisador, o autor narra e debate os progressos e contratempos da luta contra o estigma: as brutais práticas psiquiátricas do século 18, o surgimento da psicanálise, o surpreendente legado das guerras, a relação de povos não ocidentais com a neurodiversidade e a própria ideia de normalidade. Grinker enriquece esse panorama coletivo com a história da própria família, envolvida há quatro gerações com a área da saúde mental - incluindo a análise de seu avô com Sigmund Freud e a experiência de sua filha com o autismo. Humano e compassivo, este livro desmonta os mecanismos de exclusão que, em diferentes épocas e sociedades, oprimiram aqueles considerados desviantes. E aponta o poder transformador da cultura como caminho para reduzir cada vez mais o medo, a vergonha e a dor.
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