O "Não" não é nada além de uma coletânea de meus textos adolescentes e início da fase adulta. "Não", pois foi a primeira palavra que eu disse na vida e sempre tive este fato como curiosidade. "Não", pois meu pai morreu há, mais ou menos cinco anos, e quero me permitir seguir sem a presença dele ou da morte dele em mim, pois a fase em que escrevi o "Não" foi quando deixei de reconhecê-lo como pai. Sim. Antes da morte. "Não", pois o que chama amor foi conhecido por mim durante essa fase. Lanço este livro agora, tantos anos depois, para que quem fui seja lido, acolhido e finalmente, eu deixe aquela Paula ir, para que ela não mais faça parte de mim, ao mesmo tempo, que quem fui deixe de ser meu para começar a pertencer a vocês. O "Sarau", peça de teatro feita com os textos do "Não", é um deboche em relação ao intelectualismo extremo, às vezes, existente no meio artístico, do teatro e dessa coisa toda de grandeza da arte que nós, como artistas, precisamos carregar. É, acima de tudo, uma desconstrução do ego. É, sem dúvida alguma, também, uma sátira. Não é sério. Nunca nasceu para ser sério. Nunca será. Paula Febbe
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