Esta obra preenche uma lacuna nos estudos históricos sobre o destino das pessoas acometidas pela hanseníase, entre os anos de 1936 e 1952. Para isso, Rafael além de pesquisar e lidar com um exaustivo conjunto de dados e documentos de arquivos, não se furtou em realizar uma viagem no tempo acompanhado das memórias dos pacientes que ainda permanecem na Colônia. Ele os ouviu atentamente com a empatia de um bom "antropological blues" (Da Matta, 1978), realizando mais que um texto histórico, se valeu dos recursos etnográficos, mesmo que não explicitados. Esta atitude do autor e pesquisador remete ao tratamento desses personagens como sujeitos, recuperando a identidade dos mesmos e afastando-os do papel que lhes foi imposto no passado "sustentado por sentimentos, ações e discursos de repúdio, asco ou até mesmo piedade" (Vaz, 2011, p. 18) e que podem ser definidos como estigma. Rafael Araldi Vaz nos traz um viés novo na forma de relatar o acontecido, articulando o micro ao macro. Essa opção seduz o leitor e o faz seguir adiante no texto, que atrai mesmo aqueles não particularmente interessados na história das doenças, ou mesmo na lepra. Por que não dizer, o autor além de seguir rigorosamente o protocolo da pesquisa histórica, tem talento literário. (Ana Amora - Universidade Federal do Rio de Janeiro)
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