Antes de mais nada, é para nós mesmos que escrevemos, testemunhando as lutas que travamos para resolver as dificuldades do encontro analítico. Tornamo-nos psicanalistas, entre outras coisas, por causa da relação entre psicanálise e verdade. De um modo geral, Tiago Mussi nos mostra que a interpretação psicanalítica é necessariamente terapêutica. A verdade é o alimento da alma. O relato das relações trânsfero-contratransferenciais fazem objeto de uma descrição clara e detalhada, mostrando que sempre que possível deve-se fazer um esforço nesse sentido. A linguagem poética do autor e a leveza das suas expressões nos fazem mergulhar no universo dessa constatação da sua vivência psicanalítica. Somente a vida psíquica e o pensamento podem nos retirar da rotina do ódio. Acredito que tornar-se psicanalista foi para o autor um ato de fé. Admar Horn