Nesta «história de Israel» o autor vê uma matriz grega que contempla múltiplas similaridades com as histórias de Heródoto. É patente os escritores-historiadores bíblicos estarem familiarizados com a tradição grega, familiaridade que terão adquirido ou aprofundado no período helenístico, com o desenvolvimento económico e cultural que se verificou.
Com base em considerações históricas e literárias, o autor debruça-se sobre o Livro de Samuel. A tradição bíblica e académica aponta para o ano 1000 a.C., mas a sua existência só é inequivocamente atestada em c.350 d.C., data do mais antigo Antigo Testamento, a tradução grega conhecida como Septuaginta, o Codex Vaticanus. Portanto, a primeira e mais sólida certeza é a de que o Livro de Samuel existe em 350 d.C.; considerando a existência de fragmentos entre os Manuscritos do Mar Morto, o autor recua até ao séc. I a.C.; considerando que a Septuaginta é um produto da cultura helenística, recua até ao período helenístico. Mais linear é o Génesis, onde o autor destaca os aspectos claramente devedores de Tales de Mileto, pelo que a datação deve ser posterior ao séc. VI a.C. Por outro lado, existindo fragmentos entre os Manuscritos do Mar Morto, é possível estabelecer uma data anterior ao séc. I a.C.
Segundo o autor, o Antigo Testamento é evidência de que o período helenístico foi o momento formativo da literatura judaica. Intuição que virá informar posteriores estudos de Lemche e de outros autores, como Wajdenbaum e Gmirkin. A esta hipótese Lemche regressará 25 anos mais tarde em O Antigo Testamento é ainda um Livro Helenístico?
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