O fenômeno da morte é intrínseco à vida. Cada sociedade tem uma forma diferente de tratar o corpo sem vida e de reagir à ruptura dos laços familiares/comunitários provocada pela morte. Diante do exposto, os locais destinados ao sepultamento dos mortos, bem como as práticas funerárias revelam mais do que os anseios coletivos e individuais perante a morte. Expressam valores, hierarquias, estéticas, memórias, sociabilidades, ritos, moral, poder, significados e símbolos. Ou melhor, a morte é o espelho da nossa visão de mundo. Logo, refletir sobre a morte é refletir sobre a vida. Nesse horizonte, o livro O Cemitério da Consolação: uma Encantadora Cidade dos Mortos envereda por uma temática que muitas vezes preferimos não (nos) confrontar: a finitude da vida. A obra desbrava o processo de construção do Cemitério da Consolação e a sua metamorfose ao longo do tempo, constituindo-se em um lugar emblemático na cidade de São Paulo. Fascínio ou repulsa, esse cemitério, atualmente, desperta sentimentos, sonhos, afetividades, enfim, toda uma sorte de laços ata os indivíduos a esse lugar, podendo ser ele fúnebre, do passado, turístico, de educação, de entretenimento, de trabalho, de contemplação, de medo, sagrado, melancólico, mítico. Trata-se de uma leitura fluida que visa a compreensão da dinâmica cemiterial e a sua relação com a cidade em temporalidades distintas, buscando contribuir com as análises da geografia brasileira a partir de um diálogo dessa ciência com outros campos do conhecimento. Este livro é, na verdade, um convite para todos mergulharem nesse assunto rico, complexo e repleto de simbolismos e significações, uma vez que o Cemitério da Consolação é um modo de pensar, de sentir e de viver.
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