Neste trabalho, tem-se por objetivo evidenciar o uso e exploração do espaço urbano portuário, averiguando sua correlação com o advento da disseminação de uma agenda mundial modernizadora. Para tal, pretendeu-se destacar os embates e as soluções encontradas quando o modelo portuário vigente se defrontou com uma nova proposta de serviços. Sendo assim, nesta pesquisa, a construção dos portos e das companhias de docas do Rio de Janeiro, na segunda metade do século XIX, foi comparada com eventos da mesma magnitude ocorridos em Londres e Marselha. O tema foi abordado tomando como eixo a vida e a obra do engenheiro idealizador de parte da reforma do sistema portuário brasileiro durante o Segundo Reinado, André Pinto Rebouças. Todavia, não se trata de uma narrativa biográfica. A abordagem dos fatos preocupou-se em conectar diversos eventos (avanço tecnológico, concessões governamentais, abolicionismo) que de maneira fundamental concorreram para transformações mundiais na segunda metade do século XIX. Enfim, a necessidade de mudanças na zona portuária foi remetida a uma conjuntura mais ampla de modernizações urbanas e governamentais, diretamente vinculadas com as novas demandas políticas, econômicas e sociais do final daquele século.
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