Indícios da utilização do corpo na arte contemporânea para reivindicações de questões identitárias, de desigualdade social e contra diversos tipos de preconceitos podem ser percebidos nas décadas de 1960 e 1970. Com ainda maior intensidade, no final do século XX, o corpo na arte subverte normas, rejeita o moralismo social e nega a pacificação do olhar. As novas estratégias corporais que surgem nesse contexto confrontam uma sociedade "refém da indústria de imagens" e é justamente em diálogo com essas questões que as práticas artísticas de Elisa Queiroz, Fernanda Magalhães, Brenda Oelbaum, Rebecca D. Harris e Laura Aguilar vão sendo construídas. "O corpo gordo e o grotesco: gênero, política e transgressão na arte contemporânea" é o primeiro livro dedicado a explorar criticamente a relação entre o corpo gordo e o fenômeno grotesco, através de uma abordagem interdisciplinar, considerando campos como a arte, a história, a filosofia, a literatura, a sociologia e a antropologia. A obra apresenta documentação e historicização do caráter de insubmissão do grotesco, associando-o à poética visual das artistas, permeada pelo uso do próprio corpo para a construção de narrativas críticas frente a normas, padrões e discursos dominantes. "O corpo gordo e o grotesco" é uma fonte valiosa para leitoras e leitores que buscam conhecer as práticas artísticas contemporâneas a partir de uma perspectiva pautada na cultural visual, atrelada às questões de gênero e às políticas de identidade.
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