Fala-se muito de O cortiço como um marco do naturalismo no Brasil, como o ápice desse movimento que, em linhas gerais, mostra a influência do meio sobre o comportamento humano e a prevalência do instinto em detrimento da razão. De fato, faz sentido associar o livro de Aluísio Azevedo a essas ideias. Mas classificá-lo de modo tão categórico não deixa de ser um jeito de prender o romance a uma camisa de força, uma injustiça com a grandeza dessa obra publicada em 1890. O autor maranhense radicado no Rio de Janeiro descreve a vida áspera no cortiço da mesma forma precisa e envolvente com que expõe a burguesia carioca do século 19. E assim nos conduz pelas histórias da lavadeira Rita Baiana, do barão Miranda e de tantos outros. O melhor a fazer é deixar os rótulos em segundo plano e se entregar logo à leitura dessa obra-prima.
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