O Filho do Pescador se situa em um ambiente ainda muito tímido para o estabelecimento não só do gênero romance, mas também de público leitor. Além de causas estruturais que dificultam essa iniciativa, como o escravismo e um analfabetismo em larga escala no país, há ainda a estratificação social da recepção da literatura, de assimilação muito tolhida nas próprias classes ricas. E as modas cultivadas nos padrões da Europa, principalmente de origem inglesa e francesa que marcam a soberba das famílias abastadas, concorrem para o desprezo, explícito ou tácito, de iniciativas de representação artística daquilo que é local, ainda mais enfocando personagens de origem humilde ou, aos olhos da ideologia dominante, não exemplares. Lembremos que a literatura brasileira transcorrerá várias décadas para a superação dessa dependência cultural, com a resistência movida pelos românticos na defesa de uma arte nacionalista. Arturo Gouveia (Doutor em Letras. Professor titular da UFPB)
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