Ainda que Souza Jr. confesse ser J.-C. Milner quem o inspira a fazer do amor da língua um motivo para pôr a integridade desta à prova da poesia, quem rege as muitas vozes que no livro se cruzam para dizer da ruptura que a poesia opera na língua ou para testemunhar sobre a poesia são três figuras singulares no que diz respeito ao modo como responderam ao poético enquanto provocação. São eles dois linguistas insignes (F. de Saussure e R. Jakobson) e um psicanalista não menos insigne (J. Lacan): é a partir de cada um deles que o autor encara as entranhas do poético. E ele não deixa Jakobson falar sozinho, nem Lacan: coloca-os para conversar [...] com M. Foucault, J.-P. Brisset, com filósofos, poetas e loucos, sobre língua, linguagem e poesia. O autor se aproxima daqueles que se voltaram para o que há aí de perturbador não para colher deles um saber sobre o poético, mas como testemunhas do que na língua convoca a escutar outra palavra.
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