Inserida no campo temático da história das instituições escolares, a obra O Ginásio Vocacional de Rio Claro - perspectivas históricas aprofunda as novas interpretações sobre a história dos Ginásios Vocacionais, inaugurados na década de 1960 no estado de São Paulo e baseados no modelo de classes experimentais, a partir da emergência das ideias da Escola Nova. Em São Paulo, seis unidades foram planejadas, instaladas e coordenadas pela professora Maria Nilde Mascellani: São Paulo, Batatais, Barretos, São Caetano do Sul, Americana e Rio Claro. Rio Claro, lócus desta investigação, era conhecida na época por ser uma cidade de transição, cortada pela ferrovia da Cia. Paulista, cujo trajeto ligava-a à capital. De acentuado cunho conservador, as desconfianças quanto ao sistema educativo adotado pelos ginásios vocacionais, muitas vezes interpretado como subversivo por poderes políticos, clérigos e professores que não souberam compreender a atualidade de sua proposta pedagógica, contribuíram para a precoce extinção do ginásio vocacional, em 1970. Partindo da meso-abordagem proposta por Justino Magalhães, este livro reconstrói a identidade histórica do Ginásio Vocacional de Rio Claro, valendo-se do entrecruzamento de informações selecionadas do contexto local e estadual obtidas em bibliografia especializada e documentações coletadas em arquivos e jornais da época. A pesquisa possibilitou visualizar as dificuldades da sociedade local na aceitação da proposta pedagógica diferenciada, somando-se os revezes no âmbito estadual e federal com o Golpe Civil-Militar e o silenciamento de sua experiência após esse parco espaço de tempo.
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