Ao analisar os manuais didáticos de filosofia para o ensino médio e aprovados no PNLD de 2015, busca-se compreender como o processo de escolarização está determinado pelos instrumentos de elaboração do conhecimento e como o acesso dos escolares aos conteúdos contribuem na construção dos conceitos, na compreensão da realidade e na formação integral. De um lado, o Estado controla o processo de planejamento e de compra do livro didático, tornando-se uma questão de interesse capital às editoras. Por outro lado, o livro didático é fruto de um determinado contexto cultural, responsável por transmitir também os valores e os costumes dos grupos dominantes, influenciando assim os escolares no modo da apropriação dos conhecimentos, bem como da tomada de consciência filosófica da realidade. A relação entre Estado e indústria editorial modela uma proposta de formação do sujeito que colabora na manutenção e no controle dos estudantes, por meio do empobrecimento da formação humana mediante o acesso ao processo de escolarização limitado pela dimensão simbólica do livro didático, enquanto agente formador, impondo conteúdos ideológicos previamente selecionados e estruturados. Portanto, uma maior qualificação profissional do professor é sinônimo de uma prática docente diferenciada, considerando aquilo que é relevante no processo de ensino-aprendizagem e integrando interdisciplinarmente o estudo da Filosofia com as outras áreas do conhecimento, contribuindo para a plena formação do cidadão.
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