Abraçar e acolher são duas palavras-chave neste livro do psicanalista Celso Traub. Seguindo a máxima grega "conhece a ti mesmo", o autor, que demarca sua posição questionadora e rejeita fórmulas prontas, dá saltos cronológicos, convidando os leitores a conhecer histórias atuais (ou atemporais) e narrativas passadas. Neste movimento pendular entre tempos distintos, deparamo-nos com as aspirações, frustrações, euforias, calmarias, conflitos e resoluções das personagens. Em outras palavras: experiências comuns a todos nós, humanos. Celso Traub mescla diálogos entre pacientes e psicanalista com os seus relatos pessoais, criando, assim, uma obra sensível e rica em que ficção, memória e biografia se confundem. Diante de temas delicados, o escritor opta por uma linguagem fácil e convidativa, para apresentar os bastidores das relações genuínas e significativas que nos fascinam como indivíduos. Não por acaso, o título do livro é uma homenagem ao pai do autor, personalidade cativante e essencial à obra, com quem o escritor mantinha uma relação especial. Surpresa, comoção, identificação e libertação são algumas das sensações despertadas pelos personagens-espelhos deste admirável livro "O mestre dos abraços: um olhar humano sobre o sofrimento", que é, desde a primeira página, um convite sedutor à leitura.