Esta obra ficcional traça algumas peculiaridades dos costumes e tradições da fronteira sul-rio-grandense, além de resgatar e rememorar aspectos da linguagem regional, retratando as paragens típicas e históricas da região denominada atualmente Portal do Rio Grande, outrora "Reduções Jesuíticas de La Cruz". A jornada estabelece intensas ações de combate ao crime, mas acima de tudo, aprofunda reflexões críticas sobre o sistema político vigente e as relações entre os poderes constituídos do Estado Democrático de Direito. As ações sustentam-se num mundo ficcional com nuances sobrenaturais, trazendo à tona fatos históricos pertinentes ao misterioso Tesouro dos Jesuítas e a incumbência divina de proteção dada à dinastia familiar coatita-levita, a qual foi estendida à Companhia de Jesus e à Ordem da Grã-Cruz de Caravaca. O embate de maulas e buenachos em chão fronteiriço conduz o leitor ao substrato comportamental humano com as relações de poder, trazendo-nos a certeza de que os sacrifícios feitos tornam-se insuportáveis sem a presença da fé. No fundo de tudo isso, confrontam-se o bicho-homem, os seres mitológicos, os guardiões, os anjos, os demônios, as divindades e as aberrações do além-túmulo, infundindo ao mundo surreal uma abrangência transformadora diante do testemunho histórico da realidade.